A partir do dia 6 de setembro, a Cia. de Teatro do Urubu ocupa o Teatro Novelas Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti, 1222) com sua primeira montagem: Urubu Comum – uma espécie tipicamente brasileira que vive no zoológico de Michelle Ferreira (2015). No elenco: Anderson Caetano, Gustavo Gusmão, Igor Kierke, Michelle Pucci e Carolina Meinerz. A peça fica em cartaz de quinta a sábado, às 20h e domingos, 19h, com entrada gratuita. A temporada se estende até o dia 30 de setembro. Além da peça, o grupo oferece bate papo, oficina de dramaturgia e ensaio aberto, com acesso gratuito.
A Cia. de Teatro do Urubu surgiu no cenário teatral curitibano com a intenção de pintar a singeleza das almas arremessadas pela arte, como a honestidade do sarcasmo e o sobrevôo de um urubu e traz de volta à cena sua primeira peça.
Com texto e direção de Michelle Ferreira (SP), Urubu Comum coloca em cena um casal de professores que vivem em um apartamento decadente de uma grande metrópole. Senhora G e Senhor F, em um dia comum, recebem a visita do investigador T que busca desvendar um caso que ocorreu no edifício que os professores moram: quem foi o morador que jogou um peixe pela janela e acertou uma menina de rua provocando a sua morte? Enquanto isso, um urubu comum sobrevoa a cidade.
Escrita em 2004, dentro do Círculo de Dramaturgia do CPT, essa é a primeira peça escrita por Michellle Ferreira, que é uma das artistas mais instigantes da cena paulistana. A montagem da Cia. de Teatro do Urubu utiliza-se de uma versão do texto realizada por Michelle em 2011. Revestido por uma estética kitsch, Urubu Comum transita entre a presença dos atores na cena e uma construção caricatural dos personagens, remetendo ao surrealismo que, através do humor inteligente e visceral, busca uma coerência de vida outra.
Urubu Comum, peça inaugural da Cia. de Teatro do Urubu, investiga essa espécie tipicamente brasileira: um animal que espreita e saliva a carcaça das outras espécies. Contudo, a abordagem não é pessimista mas, para além, busca e encontra o entusiasmo. A peça é sobre a distância do que se é e do que se quer ser. Urubu Comum é sobre a velhice, a juventude e o desejo de não desistir, porque velhos ou não, cantam: afinal, tudo que é humano, vez ou outra, canta.
INFORMAÇÕES DE FERNANDO DE PROENÇA E FOTO DE ELENIZE DEZGENISKI