O público curitibano pode conferir até o dia 26 de outubro, no MUSA – Museu de Arte da Universidade Federal do Paraná (Rua XV de Novembro, 695 - Centro), uma exposição com obras de Irena Palulis: "Humanidade, natureza, cosmos". A mostra comemora o 91° aniversário da artista plástica, remonta a vida e a obra da inquieta pintora paranaense que, a partir da segunda metade do século XX, se dedicou intensamente ao desenho, à pintura e gravura.
Paranaense de Curitiba, a pintora nasceu no ano de 1927. Durante sua vida, Irena sempre esteve a frente de seu tempo e dedicou-se vividamente às artes plásticas. A partir da década de 1970, teve contato com grandes nomes da arte no Paraná que a influenciaram sua pintura e suas técnicas de desenho, gravura e principalmente xilogravura retratando tipos humanos em seu cotidiano. Em 1980, Palulis embarca para a Polônia duas vezes para estudar na Academia de Artes de Varsóvia, rompe com o com a religiosidade tradicional e, influenciada por uma espiritualidade sem dogmas, flerta com o pré-refaelismo, simbolismo e com o surrealismo.
Já na década de 1990, depois de retornar da Polônia, Irena inaugura uma série abstrata formada principalmente por linoleogravura e monoprint. Com a chegada do século XXI a pintora curitibana, com o domínio de todas as técnicas, sintetiza-as em um método que chama de “técnica própria”. “Irena Palulis sempre expressou um traço e personalidade artística próprioss alimentados por uma busca interior que a inquietava, movimentava-a a viajar pelo mundo e a desenvolver-se espiritualmente”, conta Ivi Belmonte Machado, neta da pintora e uma das idealizadoras da exposição.
A exposição é uma parceria entre pesquisadores da Universidade Federal do Paraná e artistas como Consuelo Schlichta, Tânia Bloomfield, Luís Carlos dos Santos e Heliana Grudzien com a família da artista. “A vida e obra da artista plástica Irena Palulis, por muitos anos, ficou restrita aos arquivos e às lembranças da família. A ideia da exposição é resgatar essa história e prestar uma justa homenagem à trajetória de vida dessa intensa, porém ainda pouco conhecida, pintora paranaense” finaliza Ivi.