O Espetáculo teatral “Dezembro”, com direção de Diego Fortes, d`A Armadilha Cia de Teatro, estreia na mostra oficial do Festival deste ano, com texto do chileno Guillermo Calderón. O espetáculo faz quatro apresentações nos dias 04, 05, 06 e 07 de abril, às 19h, na Sala de Exposição nº 9, dentro do Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 - Centro Cívico).
FOTO EIKA YABUSAME
Dezembro se passa num futuro próximo, onde o Chile está travando uma guerra contra o Peru e a Bolívia. Em Santiago, na véspera de Natal, o soldado Jorge e suas irmãs, Paula e Trinidad, discutem sobre política, nacionalismo e família, pois ele deve se apresentar ao exército no dia seguinte e voltar para o campo de batalha. As irmãs, gêmeas entre elas e ambas grávidas, discordam radicalmente sobre o que ele deve fazer: fugir ou lutar. Ao longo da noite, recebem algumas visitas inusitadas, descobrem segredos entre eles e a discussão culminará na decisão de Jorge.
Com três atores em cena: Alan Raffo, Fernanda Fuchs e Ludmila Nascarella, Dezembro é uma obra potente que trata de assuntos graves como a xenofobia, a solidariedade, a guerra e os estados de exceção. Uma comédia ácida que convida o público a invadir a intimidade desta família e a refletir sobre questões tão pungentes ao nosso presente. O texto, traduzido pelo diretor Diego Fortes, é considerado pela crítica internacional como um dos mais provocativos e relevantes do teatro latino-americano recente.
Essa é a terceira obra latino-americana que Diego Fortes monta em menos de um ano: em 2018 encenou Molière da mexicana Sabina Berman, que conta com Matheus Nachtergaele no papel-título e também Poses para Dormir, da argentina Lola Arias, ambas obtendo sucesso de público. Nascido em Santiago do Chile, Guillermo Calderón é diretor, dramaturgo e roteirista. Escreveu Dezembro, Neva, Mateluna, Villa + Discurso, Kiss, entre outras peças. No cinema, colaborou no roteiro dos filmes Julieta se fue a los cielos, O Clube e Neruda – os dois últimos foram indicados a Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro.
Já Diego Fortes é natural de Curitiba. Ator, diretor e dramaturgo. Em 2001, iniciou A Armadilha, companhia pela qual realizou as peças Café Andaluz, Os Leões, Bolacha Maria, O Fantástico Coração Subterrâneo, entre outras. Escreveu e dirigiu O Grande Sucesso, texto pelo qual recebeu o Prêmio Shell de Melhor Autor em 2017. Em 2018, encenou Molière, de Sabina Berman, que conta com Matheus Nachtergaele no papel-título e também Poses para Dormir, de Lola Arias, ambas obtendo sucesso de público.