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Toca Cultural

A Revolta dos Beagles estreia nesta sexta (12), com críticas à política brasileira


A Revolta dos Beagles

Uma comédia que usa o humor para criticar o poder, os políticos e autoritarismo. Assim é o espetáculo “A Revolta dos Beagles”, que fará sua estreia nesta sexta-feira, 12 de abril, no Espaço Fantástico das Artes (Al. Princesa Izabel, 465 - São Francisco), em Curitiba. A produção do grupo Atoss Teatral reúne referências do Teatro do Absurdo, da literatura e do caótico sistema político brasileiro para compor uma divertida ode à liberdade.

A peça será apresentada de 12 a 21 de abril. E depois de um breve intervalo, de 3 a 12 de maio. Sempre às sextas-feiras, 22 horas; sábados com duas sessões - às 19h e 21h; e aos domingos às 19 horas. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Quem doar um litro de leite ou um quilo de alimento também tem direito ao benefício da meia-entrada. Exclusivamente nas sextas-feiras, professores das redes particulares e públicas e estudantes em geral têm entrada franca.

A montagem tem direção e texto de Arnon Nogueira. No elenco estão os atores Francine Neves, Andressa Medeiros e Rodrigo Caddah. A companhia já assinou outros espetáculos de impacto no cenário curitibano, como “A Morte Veste Jeans” (2016).

Para criar esta demolidora e divertida sátira, Arnon Nogueira buscou inspiração no clássico livro 1984, de George Orwell, e no episódio conhecido como a Revolta dos Beagles, em 2013, quando cães utilizados como cobaias foram libertados por ativistas no interior de São Paulo. O confuso panorama político brasileiro é outra fonte de inspiração, oferecendo elementos para transformar uma realidade surreal em comédia.

A delirante trama mistura estes elementos. Após uma revolta que leva os cães da raça Beagle a tomarem o poder na fictícia cidade de Beagletiba, subjugando os humanos, uma opressora ditadura controla a vida de todos. Os personagens retratam as pessoas que antigamente desfrutavam dos mais altos cargos e que, agora, destronados de suas posições, conspiram contra os opressores caninos. Os ideais da “revolução” e do bem comum, entretanto, são relegados a um segundo plano, em prol dos interesses pessoais destes revolucionários.

É neste cenário que ficção e realidade se misturam, garantindo risos e reflexões bem atuais, como conta o diretor. “Comecei a trabalhar neste texto em 2015. Inicialmente eu queria abordar o relacionamento entre humanos e animais, a partir daquele famoso caso que ficou conhecido como “A Revolta dos Beagles”, diz Arnon, citando o fato ocorrido em 2013, quando ativistas invadiram o Instituto Royal, na cidade de São Roque (SP). Na ocasião, eles libertaram dezenas de cães que eram utilizados como cobaias em testes de cosméticos e farmacêuticos.

Mas o texto original sofreu mudanças ao longo das movimentações políticas dos últimos anos. "Depois das eleições e desta loucura que foi o processo eleitoral de 2018, o espetáculo virou algo mais figurativo em relação aos beagles para expor o absurdo que é a política brasileira", complementa o diretor.

"Nosso panorama político é uma comédia, desde sempre", opina Nogueira. "Quando começamos a pensar e refletir sobre tudo que aconteceu no país, e como foi a relação popular com todos os fatos da história política, é muito cômico. Isto para não dizer tragicômico”, completa. “Procuramos questionar de forma divertida tudo isso, de forma independente e não partidária. O espetáculo é uma ode à liberdade e um grito contra as ditaduras, todas elas, de todos os nuances ideológicos".

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