A poesia de Manoel de Barros e clássicos do cancioneiro popular num recital intimista de voz e cordas. Essa é a proposta do artista pernambucano Gonzaga Leal – que vem pela primeira vez a Curitiba – com seu novo espetáculo "Concerto de Assobios" que será apresentado em Curitiba na próxima terça-feira, dia 16, às 20 horas, na Caixa Cultural (R. Conselheiro Laurindo, 280 – Centro). Os ingressos custam R$30 e R$15 (meia), e estarão disponíveis a partir de 13 de abril, na bilheteria do teatro.
O recital busca construir uma síntese dos mais significativos momentos de Manoel de Barros, um dos mais originais poetas brasileiros de todos os tempos. Leal será acompanhado pelo violeiro Cláudio Moura e com a participação especial dos músicos Aristide Rosa (violão) e Rafael Marques (bandolim).
Gonzaga Leal foi quem “costurou” música e poesia no roteiro do Concerto de Assobios. Ele partiu de um trabalho de pesquisa poética com toda a obra de Manoel de Barros e mais algumas entrevistas que ele colecionou e conciliou com o vasto repertório de músicas do cancioneiro popular.
Para o artista pernambucano, o poeta Manoel de Barros seguindo o exemplo de Oswald de Andrade de “ver com os olhos livres”, cria na sua poesia surpresas a partir do trivial das palavras e do mundo, nos levando para espaços novos da linguagem. Como nos versos: “Inventar aumenta o mundo” ou “Tem presença em mim o que me falta”, que estão no recital.
No palco Gonzaga conta ao público um pouco da personalidade do poeta: “Manoel gostava de ser chamado de Ma-no-el. Poeta de traço estilístico fortíssimo, que dá uma tonalidade muito pessoal e radical. Mas uma linguagem com alto grau de elaboração que, em alguns momentos, se avizinha de Guimarães Rosa. Em outros, o poema curto, o mínimo de palavras com o máximo de densidade. A concisão de um hai-kai”, descreve.
Leal explica que o Concerto de Assobios busca a fricção entre as matizes que permeiam a poesia de Manoel de Barros, através da interface com canções do repertório da tradição oral brasileira: “As canções e poesia presentes nesse recital expressam um sentimento do sagrado que só existe na grande poesia, neste caso a do Manoel de Barros, e nas canções serenadas do Brasil, que dialogam encantadoramente com o que nosso poeta nos propõe. Estão lá o lírico, o brejeiro, o ingênuo, o simples, o popular e o trivial”, finaliza.
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