Grande nome da arte paranaense, Fernando Calderari é celebrado no Solar do Rosário (Rua Duque de Caxias, 4 - Centro Histórico) com exposição individual. "Vestígios de uma Paisagem Marinha. E Por que não?" tem abertura em 18 de agosto (domingo), às 11h. Telas, aquarelas e talhas sobre madeira, marcantes na carreira do artista, são apresentadas ao público, que pode visitar até o dia 15 de setembro. A Galeria funciona de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 19h, sábado das 10h às 13h e domingo das 11h às 14h, com visitação gratuita.
O curioso nome da exposição vem de um fato relembrado pelo curador, o professor e crítico de arte Fernando Bini. Um crítico na cidade de Varna (Bulgária) afirmou que a obra de Calderari era "bem estruturada, mas deixava entrever vestígios de uma paisagem marinha". Mas o mar, uma paixão do artista natural da Lapa, se torna uma força durante sua carreira. As imagens que remetem a cenários de praia são uma constante no trabalho do pintor e gravador paranaense, por vezes mais definida, outras mais diluída.
Caminhando entre a figuração e a abstração, acaba favorecendo a segunda, mas com elementos marcantes da primeira, ainda nos anos 1960. A década seguinte traz a abstração ainda mais forte em suas obras, destacadas pelo uso da madeira no lugar da tela. A união de pintura e gravura é um marco para o artista no período. Nos anos 80, retorna aos poucos à figuração, assim como a tela volta a ser sua principal plataforma. A imagem marinha, que tinha sido levemente sublimada na década de 70, recomeça a tomar forma.
Nascido em 1939, Fernando Rogério Senna Calderari se formou em Pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e em Didática Especial em Desenho na Universidade Católica do Paraná, nos anos 60, tendo sido aluno de Guido Viaro e Theodoro De Bona. Foi com um estágio no Rio de Janeiro que sua fascinação pelo mar se desenvolveu, enquanto frequenta o Curso de Gravura em Metal no Museu de Arte Moderna. Esta fase é considerada por ele mesmo como a mais importante para a solidificação e formação de conteúdo de sua pintura. De volta ao Paraná, se torna figura constante no Salão Paranaense, marcando seu nome no cenário local. Teve mostras individuais de São Paulo ao Rio Grande do Sul, da Suíça à Alemanha, e lecionou gravura e pintura na Escola de Belas Artes do Paraná.
"Calderari sempre procurou caracterizar a sua pintura graficamente, mas de modo que não perdesse o seu caráter de pintura", aponta o curador da mostra. "Sai de um esquema sintético figurativo e, por vezes, vai se afastando dele, mas conservando os valores plásticos e a composição harmônica de forma que o espectador se sinta integrado na pintura".