A mostra “NUNCA SERÁ O SUFICIENTE” ocupa a Sala Célia Neves Lazzarotto, entre os dias 19 de julho e 25 de agosto.
Rafael Rodrigues abre, na sexta (19), a mostra “NUNCA SERÁ O SUFICIENTE”, na Sala Célia Neves Lazzarotto do Museu Municipal de Arte (MuMA). Serão dispostas seis obras, entre painéis de grande formato e objetos, que discutem a impressão e a reprodução da imagem de um corpo masculino idealizado, bem como as formas de controle que essas imagens lançam sobre nós.
Qualquer pessoa que se desafie a imaginar a figura de um corpo masculino provavelmente pensará algo muito parecido: maxilares retos, abdome e peitoral definidos, cintura afinada, etc... Sobre essa tendência, o trabalho de Rafael arrisca respostas. No ocidente, há uma jornada visual histórica que, desde a Grécia antiga, vende a imagem do corpo viril como uma espécie de ideal masculino. Esse ideal se tornou uma das mais inabaláveis representações da história ocidental, desde as esculturas de Praxíteles até o boneco Ken, de Barbie. Hoje, na era da reprodutibilidade massificada das imagens, essa figura está mais esgotada do que nunca.
Rafael explora o tema desde sua formação, na Universidade Estadual do Paraná - FAP, e, a partir daí, vem buscando novos formatos e materiais para debater questões contemporâneas com a gravura, por meio de uma matriz (o material usado para produzir a imagem que será impressa, que, no caso, é um boneco de plástico); a cópia — impressão gerada pela matriz — e sua repetição. O processo tem início a partir de um boneco plástico e repetidas impressões em painéis de acetato e tecido.
Interessa, aqui, a relação do corpo masculino com a matriz e os múltiplos significados da palavra impressão, que remonta tanto ao trabalho da gravura como às consequências sensíveis àquele que se propõe a fruir pela obra. Também podemos perceber que, ao tentar esgotar a imagem por meio de milhares de repetições, a diferença começa a aparecer. No entanto, o foco da discussão da exposição está mais na impressão enquanto ação do que na gravura enquanto meio — ou seja, no poder que exerce e nas sensações que provoca o padrão de beleza masculino na própria masculinidade.
O título da exposição, “NUNCA SERÁ O SUFICIENTE”, faz referência aos esforços de superação do regime de controle proposto pela ideia de um padrão de beleza masculinizado, que, para se manter, precisa estar em constante atualização. Para Rafael, a conta nunca fecha, porque nunca será suficiente tanto o trabalho de manutenção da figura do “macho” quanto das nossas tentativas de emancipação.
Rafael Rodrigues é artista visual, produtor cultural e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes) da Universidade Estadual do Paraná/Campus de Curitiba II. O projeto é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba, da Prefeitura Municipal de Curitiba, do Ministério da Cultura e do Governo Federal. A entrada é gratuita.
Serviço:
NUNCA SERÁ O SUFICIENTE
Local: Museu Municipal de Arte (MuMA), Avenida República Argentina, 3430
Curitiba, Paraná
Data: De 19 de julho a 25 de agosto de 2024.
De terça à domingo, das 10h às 19h.
Informações: Francisco Camolezi
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